O coração é o órgão do nosso corpo responsável pelo transporte de sangue, oxigénio e nutrientes a todas as células do nosso corpo. Sem ele, o nosso corpo deixa de funcionar. Se pensarmos bem, o papel que o marketing desempenha numa empresa é semelhante ao do coração no corpo humano. O sangue vira estratégia, o oxigénio vira interação departamental, os nutrientes viram valor percebido para o cliente e a vida vira lucro.

Comecemos por abordar a temática da estratégia. De uma forma muito simplificada, esta deve ser desenhada como resposta à pergunta: “Para onde queremos ir?”. Definir em que mercado/mercados estar presente, entendendo as especificidade dessa escolha, e identificando de que forma é possível gerar valor diferenciador para o cliente. Não confundir estratégia com tática: a tática diz respeito ao conjunto de ferramentas/ações para atingir o objetivo proposto na estratégia. É, portanto, o caminho para chegar à estratégia desenhada. Vejamos um exemplo prático muito comum atualmente: o súbito desejo das empresas estarem presentes em todas as redes sociais. Entendam que as redes sociais, são apenas uma ferramenta de marketing. Não pensem que marketing se resume a isso. É necessário alinhar a estratégia da empresa com o conteúdo comunicado online. Cada rede social tem a sua particularidade, uma identidade própria e destina-se a públicos diferentes. Se não houver um planeamento e alinhamento entre o que vai ser comunicado online e a estratégia da empresa, todo o esforço vai ser em vão. Encarem-nas como sendo uma das muitas táticas possíveis de usar para chegar ao objetivo pretendido.

Sendo o marketing responsável pelo desenho e implementação da estratégia da empresa, facilmente percebemos que é uma área transversal a todos os departamentos: I&D, através da análise de mercado e desenvolvimento de novos produtos; Design, pela componente de análise de mercado e diferenciação de produto ao nível da comunicação; Logística, através gestão de materiais, stocks de produtos, campanhas, etc; Gestão, para assegurar que a estratégia está a seguir o objetivo e obter os resultados pretendidos e por fim, mas não menos importante, a equipa comercial,  de forma a perceber os inputs de quem efetivamente anda no terreno.

A criação de valor percebido para o cliente é outra vertente sob a responsabilidade do marketing. Uma correta e profunda análise de mercado é fundamental para se conseguir gerar diferenciação, independentemente de se estar perante uma oferta de produto ou serviço. Afinal de contas, quem é que ser apenas mais uma empresa, oferecer só mais um serviço ou produto igual a tantos outros?

Por fim, surge a questão fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa: o lucro. Sejamos sinceros, por mais controverso que isto possa parecer, as empresas existem para gerar lucro. O que os gestores efetivamente querem é garantir a sobrevivência da empresa. Isso só se consegue com lucro. Cabe aos profissionais de marketing criar uma personalidade para a marca, de forma a que esta seja vista de determinada forma. Esta árdua tarefa de definir um posicionamento diferenciador, num mercado deveras competitivo é fundamental para o sucesso de qualquer empresa.

Assim, em jeito de conclusão resta-me salientar que o marketing deve ser encarado como uma ciência e um investimento que, a médio/longo prazo, gera retorno.

Daniel Ferreira

Gestor de Marketing